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sábado, 7 de novembro de 2015

Pico do Boné - Parque Estadual da Serra do Brigadeiro

Uma incursão às matas virgens e às trilhas selvagens do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, no interior de Minas Gerais.


Vista Panorâmica do Pico do Boné - Parque Estadual da Serra do Brigadeiro/MG




Numa agradável manhã de domingo, saímos da cidade de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira, com destino à cidade de Araponga, onde está localizado um dos núcleos do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.

O objetivo seria alcançar os 1.870 metros de altitude do Pico do Boné, um dos pontos culminantes do Parque. Para isso, é necessário muita disposição, atitude e vontade para conquistar uma trilha de nível pesado, cerca de 2 horas de subida intensa e com um trecho de semi-escalada no final, além de uma longa viagem off-road por mais de uma hora na estrada de terra. 

A recompensa é uma vista panorâmica, de 360° de toda a região e o prazer de estar em contato com uma das poucas regiões selvagens e com a Natureza nativa e intacta, longe da "civilização".


Começamos cedo nossa viagem, pois havia um longo caminho a percorrer. Cruzamos as cidades de São Geraldo, Coimbra, Ervália, seguindo pela BR 120 até um trevo próximo à Viçosa. Então, entramos à direita, para São Miguel do Anta. Após o trevo, estão as localidades de São José do Triunfo, Cachoeira de Santa Cruz, o município de Canaã, até finalmente chegarmos em Araponga. No caminho, já era possível observar belas paisagens.



Bela paisagem na Zona da Mata Mineira.


Canaã-MG

Araponga-MG


Em Araponga, ao chegar no centro da cidade, devemos seguir as placas indicando "Pico do Boné". Tome cuidado, pois há outros núcleos do Parque em áreas diferentes da cidade, então siga apenas para o "Pico do Boné". As placas nos levam até o início de uma estrada de terra, onde precisaremos enfrentar um "rally" de quase 1 hora até o início da trilha. 



Início da APA de Araponga/MG

Longo trecho "off road" por paisagens deslumbrantes.

Nativos da região rural de Araponga/MG

Bela paisagem, em frente à uma pousada na APA de Araponga/MG
Bois na estrada de terra rumo ao Pico do Boné.

Durante o trecho "off road", a paisagem é espetacular e torna a viagem agradável. No caminho, existem algumas placas indicativas e pontos de referências. Um dos pontos de referência, surge cerca de 5 km após o início da estrada de terra, há um grupo escolar à esquerda, na localidade de Estouros, onde logo à frente surgirá uma placa e deve se manter à direita. 


Placa indicativa para o Pico do Boné.

Em seguida, já é possível avistarmos de longe, o inconfundível "Pico do Boné".


Pico do Boné surge no horizonte...

Pico do Boné: Formação rochoso interessante, que lembra a aba de um boné.

A paisagem segue deslumbrante, com belas montanhas e um visual incrível. 


Cadeia de Montanhas do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro
Cadeia de Montanhas do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.

Paisagem rural de Araponga/MG

Placa indicativa: Seu Dico e Vale das Luas.

Aos poucos vão surgindo algumas plantações de café, então deve se seguir em direção à Pousada Vale das Luas.

Um pouco antes da entrada da pousada, há uma ponte e uma placa indicando o início da trilha para o Pico do Boné.

Recomendamos deixar o carro nos acostamentos próximos do início da trilha, pois alguns desavisados seguem direto em direção à pousada e acabam sendo extorquidos com uma taxa de R$ 20,00 por pessoa apenas para deixar o carro. (Na opinião de nosso blog, os preços cobrados pela pousada são extramente abusivos, chegando a custar R$ 40,00 por pessoa uma refeição simples e  R$120,00 a diária do camping e o atendimento altamente capitalista, o que nos surpreendeu negativamente, devido à tradição da hospitalidade mineira. Se o foco for apenas fazer a trilha, o recomendado é levar lanches e bastante água na mochila e evitar a pousada Vale das Luas, se o foco for se hospedar na região, existem outras opções mais "carismáticas", como o sítio Recanto Verde, um santuário ecológico, de propriedade do "Seu Dico", famoso por sua simplicidade e hospitalidade).


Placa marcando o início da trilha.

Local para estacionar o carro, próximo do início da trilha.

Enfim, o início da caminhada.


Após deixar o carro, a aventura recomeça numa trilha bem aberta, praticamente uma estrada, que o Parque futuramente usará para construir sua sede. Seguimos subindo pela "estrada", onde passamos por uma cerca de arame. Mais à frente, chegará uma bifurcação onde é preciso atenção, a estrada continua subindo para a direita, mas a nossa trilha começa à esquerda. 

Agora já estamos entrando na mata selvagem e virgem do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Assim que avistar a trilha, vira à direita. Observe sempre os sinais nas árvores, ou alguns tótens de pedras deixados no caminho por outros trilheiros. 


Serra do Brigadeiro
Início da trilha, no interior da Floresta Selvagem, rumo ao Pico do Boné.

Seguindo a trilha, iremos começar a subir. Praticamente o percurso todo é de subida, o que torna a aventura bem desgastante, porém, a mata nativa, os sons dos animais, a flora e a fauna, e a paz de estar praticamente sozinho no parque, tornam o percurso um dos mais agradáveis de se percorrer.

Após alguns minutos de subida, cruzamos um belo riacho, com algumas quedas d'águas, onde vale a pena descansar, se refrescar e contemplar a paisagem.


Serra do Brigadeiro
Riacho que cruza a trilha para o Pico do Boné.
Local agradável pra relaxar e se refrescar.

Um fato marcante durante a caminhada e que impressiona bastante é a riqueza da fauna e da flora.

A Serra do Brigadeiro é um dos últimos redutos da Mata Atlântica original e sua geografia e a densidade da floresta impediram que o homem causasse estragos na sua biodiversidade. 

Alguns animais já extintos em outras regiões do país, ainda sobrevivem na Serra do Brigadeiro, como o muriqui ou monocarvoeiro, o maior primata das Américas e o símbolo da preservação da Mata Atlântica. Outras espécies ameaçadas como o barbado, o sauá, o caititu, o veado-mateiro, o tucano-de-peito-amarelo, o gavião-pega-macaco, algumas espécies de aves, são encontradas no parque. 

A flora também é riquíssima, considerado um paraíso botânico, com várias espécies endêmicas (que só existem naquela região). O Parque constitui um ecossistema rico em espécies como bromélias, perobas, orquídeas, cajaranas, jequitibás, oléo-vermelho, palmito doce, entre outras. A neblina que ocorre durante quase todo o ano nos campos de altitude, formam as condições ideais para as orquídeas, samambaias, líquens, bromélias, gramíneas, arbustos, cactus, etc.

Voltando à aventura... Após cruzar o riacho, seguimos subindo a trilha em direção ao topo do pico do boné. 

Logo à frente cruzamos uma pequena ponte feita por um tronco de árvore, onde observamos alguns pequenos animais.


Ponte formada pelo tronco de uma árvore.

Linda borboleta nos acompanha.

Joaninha, na Serra do Brigadeiro.

Anelídeo cruzando a trilha para o Pico do Boné.


A trilha segue sem bifurcações, até um certo momento onde se encontra um "Pedrão", uma rocha bem grande, que forma uma pequena gruta, onde devemos virar à esquerda. Lugar sugestivo para uma pausa e um descanso. Logo à frente, é possível visualizar algumas placas rústicas e marcações nas pedras, indicando o caminho da trilha.

Aos poucos, a vegetação vai se tornando campos de altitude e a geologia típica de grandes montanhas se confundem com a vegetação da Mata Atlântica, formando um cenário cinematográfico.

Já com pouco mais de 1 hora de caminhada, encontramos o primeiro mirante, com uma paisagem de tirar o fôlego:


Serra do Brigadeiro
Mirante na subida para o Pico do Boné.


Mirante na subida para o Pico do Boné.

À partir desse belo mirante, a subida se intensifica e os afloramentos rochosos vão ficando mais evidente. A cada passo, uma nova paisagem espetacular se revela.



Subida nos campos de altitude.

A paisagem se modifica à cada passo dado rumo ao Pico do Boné.



O Pico do Boné surge no horizonte e pensamentos distintos surgem na mente, estamos tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. A proximidade do Pico e a vontade de alcançar o cume, nos fazem esquecer por um tempo o cansaço da subida. Por trás da vegetação, ele surge:


Serra do Brigadeiro
Pico do Boné surge ao fundo.

À medida que nos aproximamos, o terreno vai ficando mais difícil e em vários momentos é necessários utilizar as mãos e fazer pequenas escaladas, apoiando-se nas rochas, nas raízes, nos galhos. Não recomendado para quem tem vertigem ou medo de altitude, pois em alguns momentos, a exposição é grande.


Pico do Boné vai se aproximando.


A subida vai ficando mais complicada, entre raízes e rochas.

Trecho escorregadio, com muitas rochas sedimentares.

O Pico do Boné vai se aproximando.

A subida final requer bastante atenção e cuidado.

Escalaminhada para alcançar o Pico do Boné.

O trecho de semi escalada é recompensado por um visual incrível.


Aos poucos vamos nos aproximando do topo e o visual vai ficando ainda mais espetacular. Aquela agradável sensação de estar no topo das montanhas que só os montanhistas sabem... 

O último trecho antes de alcançar o cume requer bastante cuidado, atenção e um pouco de habilidade para fazer uma pequena escalada nas rochas bastante expostas.

Próximo do cume...


Subida final para alcançar o Pico do Boné.

Ao chegar nessa última rocha, (foto abaixo), escale a rocha à direita e finalmente, alcançará o topo do Pico do Boné.

Última subida, nesse ponto, escale as rochas à direta e chegará ao cume.
Ao chegar no topo, há um platô, onde é possível armar uma barraca de camping. O visual é inacreditável, 360° de vista panorâmica, rodeada pela Mata Atlântica, incríveis mares de morros e Montanhas, uma sensação incrível, que nos faz refletir e pensar na grandeza do Universo...


Serra do Brigadeiro
Topo do Pico Boné - Serra do Brigadeiro/MG
Mais algumas fotos espetaculares do Pico do Boné:















Apreciamos bastante o topo do Pico do Boné, fizemos um lanche, tiramos algumas fotos e curtimos ao máximo! 

A volta foi super tranquila, apenas descida o tempo todo, com duração de cerca de 1:30 num ritmo bem devagar.

Nossa conclusão, é que vale muito a pena a aventura, super recomendamos a todos, a paz e sensação de estar sozinho na imensidão da Floresta, tornam o programa ainda mais agradável.

Ao chegarmos no carro e iniciarmos novamente o "rally" para a volta para casa, ainda tivemos tempo para uma parada na estrada e observar um belo pôr do sol.


Fim de tarde na Serra do Brigadeiro - Minas Gerais


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Um grande abraços a todos e até a nova postagem!!


Fred Santos, 07/11/2015



5 comentários:

  1. Fred, parabéns pelo blog. Tenho um blog como hoby, http//serrademinas.blogspot.com onde palpito um pouco em cada assunto. Gostei do que vi aqui e espero poder ver outras vezes. Abraço

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  2. Aventura espetacular! Belo texto Fred Santos. Bem explicativo. Desejo a todos uma excelente trilha e altas fotos.
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  3. Sobre os preços e atendimento capitalista q mencionou aconselho a conhecer a serra por Fervedouro, com preços chegando a 15 reais uma refeição farta e diárias na faixa de 40 reais, além de campings gratuitos, e nem precisa falar da recepção dos nativos do distrito do bom Jesus do madeira q representa perfeitamente a hospitalidade mineira, garanto q sempre voltarão, fica a dica.

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  4. Sensacional a postagem, a descrição e as fotos! Parabéns ao blog!

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  5. Fiz a subida ao pico do boné ontem e achei maravilhoso demais!Fiquei hospedada na pousada do seu Dico,povo simples e receptivo!Vale a pena conhecer o Pico do boné!Amo minha Minas Gerais!👏👏👏😍😍😍

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